segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um anjo na Biblioteca


Se os anjos morassem mesmo nas Bibliotecas, como no filme 'Cidade dos Anjos', a Faculdade Assis Gurgacz também teria seu anjo na sua Biblioteca. O auxiliar de Biblioteca Nilmar Adriano Paz de Moura não chega bem a ser um 'anjo' no verdadeiro sentido da palavra, mas com certeza dá uma grande força para qualquer acadêmico desorientado que precisa de ajuda.

Paciente, disposto e sempre educado, ele trabalha há um ano e meio no setor e conhece cada detalhe da Biblioteca. Mas como todo anjo 'dono do conhecimento', ele também precisa se esforçar. Além dos livros que tem que ler no curso de Letras na Unioeste, Nilmar se dedica à leitura dos livros que descobre na Biblioteca da FAG. Para ele, o interessante é o livro 'achado'. “Quando não se está procurando, encontra-se algo extremamente interessante”, defende.

Entre as obras que descobriu e que mudaram sua forma de pensar e agir está o livro 'Quem me roubou de mim?', do padre Fábio de Melo. Após essa leitura, ele garante que passou a se reconhecer ainda mais como ser humano e mudou sua forma de partilhar. “Percebi que não somos só o que queremos ser, mas também o que as outras pessoas querem. Aprendi a me dispor mais para os outros e deixar de lado o egoísmo”, conta. Isso, segundo ele, ajuda ainda mais na convivência e no relacionamento interpessoal.

Talvez por essa leitura, Nilmar se interesse ainda mais em se doar aos outros, ajudando quem precisa de orientação. Para isso, ele recomenda bons livros como O Pequeno Príncipe, que considera “um livro infantil escrito para adultos”. Outras dicas de Nilmar e que podem ser encontradas na Biblioteca da FAG são Cem anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez; 1984, de George Orwell; Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley e O Futuro da Humanidade, escrito por Augusto Cury.


Marilete Eleutério
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

O poder de transformação


Abrir horizontes. Essa é uma das importâncias da leitura destacada pela dona de casa de 47 anos, Sueli Aparecida Trofino. Ela relata o aprendizado que adquiriu a partir do livro “Olhai os lírios do campo” de Érico Veríssimo. Segundo ela, uma história comovente e uma grande demonstração do poder de transformação que todo ser humano possui.
Ela conta, resumidamente, que a história se desenvolve em um ambiente onde predominam o egoísmo e o romance. “O personagem principal era um médico egoísta, que pensava apenas em exercer a profissão por dinheiro e não para ajudar as pessoas, até o dia em que se apaixonou por uma moça, também médica, mas que era o oposto dele, pensava em ajuda as pessoas carentes com o seu trabalho”.
O momento da transformação de pensamentos, mais marcante para Sueli, evidencia-se quando, no decorrer da história, os personagens se casam, acabam se separando e, após a morte da ex-esposa, o médico descobre que tem uma filha com ela. Essa nova circunstância o faz rever o modo de pensar a vida e o torna uma pessoa melhor.
Sueli destaca que esse foi um grande aprendizado, pois a fez enxergar algumas coisas da vida de uma maneira menos egoísta e mais solidária e que qualquer leitura é válida, já que nos ajuda a escrever e se expressar melhor.


Nathália Sartorato
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Um pouco de auto-ajuda


O colunista Paulo aborda diversos assuntos em sua coluna, que geralmente são de grande repercussão. Segundo ele um dos livros que se baseou recentemente em sua vida foi o livro “Vencendo eleições” o qual foi utilizado em sua campanha eleitoral. Além de dar uma visão mais aprofundada sobre como funciona a política, ele também proporciona certa motivação, como sendo também um livro de “auto-ajuda”. Segundo ele, “é importante estar atento a tudo o que acontece à nossa volta. A cada dia estamos aprendendo mais e mais e isso graças as informações que recebemos seja em livros, ou em outros meios bem como a internet”, afirmou Paulo. Ele faz questão de lembrar que, mesmo não tendo sido eleito, a política foi uma grande experiência.


Adriana Siqueira
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Bem além dos resumos...um mundo inteiro


Ler uma obra literária, na íntegra, é essencial tanto para a formação pessoal como profissional. É ela que proporciona maior compreensão do que realmente o autor quis tratar, assim como o contexto histórico, a construção dos personagens, as características particulares, a descrição dos detalhes, a percepção do ambiente. Isso tudo não é encontrado nos resumos. Estes, muitas vezes são opções para os estudantes, que preferem confiar apenas neles e abandonam os velhos e bons livros.

Para o acadêmico do 8º período de Agronomia, Tiago Bortoluzzi, é uma mania dos estudantes lerem os resumos dos livros ao contrário de buscar a verdadeira obra, preocupados apenas em cumprir uma tarefa escolar e não com o conteúdo e informação que estão adquirindo. “Somente com uma leitura do livro, o leitor adquire maior conhecimento dos personagens e compreensão do contexto histórico que o autor escreveu”, argumenta o estudante.

O acadêmico cita a obra literária “Dom Casmurro” de Machado de Assis como sendo um livro de grande importância na literatura brasileira. “Li quando estudava no ensino fundamental e quem indicou a obra para mim foi o professor. Através dela, adquiri o conhecimento de mais uma obra brasileira, a maneira de interpretar o contexto, a forma e o estilo de como eram escritas as histórias naquela época com as de hoje.” Destaca que foi somente com a leitura da obra, na íntegra, que adquiriu total compreensão do que o autor escreveu. Lastima a falta de vontade de muitos estudantes que lêem apenas os resumos, achando que estão tendo o mesmo contato com a obra. “Não abro mão das verdadeiras obras literárias, acredito que elas são essenciais na formação e que precisam ser lidas”.

É desta forma que se pode concluir que neste universo poucas pessoas realmente leem a obra inteira, buscando aprendizado, conhecimento de fato, tendo por fim aumentar a sua “bagagem cultural”. Não é com resumos que a pessoa constrói toda esta trajetória, que vai levar para a sua vida. É buscando as obras na íntegra que a total apreensão será efetivamente alcançada. “Não abro mão das verdadeiras obras literárias, acredito que elas são essenciais na formação e que precisam ser lidas”, declara o acadêmico, Tiago Bortoluzzi

Priscila Daiana Rabaiolli
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Lendo Deus...


Eu sempre tive uma forma diferente de pensar em Deus, sempre fui muito íntima Dele. Não íntima, íntima. Mas despojada, distraída. Converso com Ele, antes de pensar em rezar efetivamente. Eu não escolho, não seleciono as coisas que vou agradecer e pedir. Quando dou conta, já estou agradecendo, já estou pedindo.

Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas. É por isso que eu sempre me interessei pela palavra escrita. Pensava, quando criança, que podia desvendar o mistério de Deus tentando entender essas linhas tortas. Não, não desvendei. Mas também não desacreditei que eu possa encontrar respostas nas linhas de um livro.

Eu cresci pensando nisso. Cresci lendo dessa forma, descobrindo. Ah, eu me apaixonei: pelos livros e pelo meu namorado. "Aprendi que Deus não é tão complexo quanto parece, ele não quer ser maior que ninguém, quer apenas ser como nós, fazer parte de nós, das nossas vidas". Foi a primeira coisa que meu namorado respondeu quando lhe perguntei o que ele havia aprendido em uma leitura. O que meu namorado aprendeu, e o que, tenho certeza, que Deus queria que eu entendesse era isso: o legal é sempre querer entender as linhas tortas.

Marcele Antonio
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Um exemplo, de 78 anos


Ter 78 anos de idade não representa barreira para Lúcia Dresh (foto) quando o assunto é aprender. Ela mora na cidade de Quatro Pontes (PR) há 53 anos. Formou-se em Educação Infantil pela Faculdade Sul Brasil – Fasul, de Toledo, em 2005 e atualmente está escrevendo um livro com o objetivo de abordar sua experiência, cultura e a chegada dos antepassados ao município em que reside.
Mesmo com a experiência de vida que possui, sempre buscou concretizar o seu objetivo principal: aprender a ler e ter uma formação acadêmica. “Gosto tanto disso que me lembro ter faltado apenas duas vezes na faculdade...e foi porque perdi o ônibus”, completa. Segundo Lúcia a satisfação de hoje poder ler e contar histórias para seus netos recompensa todo o esforço e desafio que enfrentou. Emocionada, conta que antigamente, o difícil acesso à instituição de ensino e a falta de condições financeiras impediram a compra de livros e sua formação.
Para ela a leitura contribui na construção do ser humano como pessoa capaz de adquirir conhecimento, proporciona novas oportunidades de desenvolver a criatividade, mostra os elementos da vida (personagens), reais ou não, e por todos esses benefícios uma de suas metas é transmitir o conhecimento que possui na publicação de seu primeiro livro. Lúcia não gosta de academicismos e por isso pretende escrever da maneira mais simples e compreensível possível.
Quando peço para resumir em uma frase a importância da leitura ela diz o seguinte: “A leitura e informação você ocupa a todo momento, sempre, até quando precisamos ler alguma simples placa”. Os objetivos, desafios e conquistas de Lúcia devem ser considerados exemplos e prova de que nem mesmo a idade avançada é capaz de impedir um propósito, como o de ler, que contribui efetivamente tanto para a formação pessoal quando para a profissional.


Adriane Cíntia Kappes
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Muito além dos jornais


Para a contadora Celia Regina Valetin, os livros são peças essenciais em seu trabalho e vida profissional. Celia conta que usa os livros e recorre à leitura diariamente. “Eu recorro aos livros que são publicados na área de contabilidade, para verificar como devo proceder para realizar minhas atividades profissionais de acordo com a legislação Brasileira” comenta.
Ela acredita que são experiências e novos conhecimentos adquiridos todos os dias. “Toda vez que o governo oferece algum parcelamento para os débitos de pessoa física ou empresas é preciso ler além do que vem escrito nos jornais, revistas e sites de consultoria eletrônica” ressalta. Celia garante que através da leitura e dos livros ela tem o conhecimento de toda legislação tributária vigente no Brasil e as normas aplicadas a contabilidade.

Com esse depoimento, da para se ter a noção de como a leitura auxilia na rotina e até mesmo na vida pessoal das pessoas. Como Celia citou, existem novidades, curiosidades que são descobertas além de jornais e revistas. Existem novidades e experiências em determinados assuntos que você só vai adquirir através de livros.

Mariana Casagrande
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

O homem e o bichinho de estimação


A leitura interliga diretamente palavras, culturas. Geradora de conhecimentos variados, consegue atrair e mostrar novos conceitos, histórias e estórias que alimentam o cotidiano e enriquecem o leque cultural.
Muitas obras estrangeiras fazem sucesso no Brasil. Exemplo disso é a obra “Marley e Eu” escrita por John Grogan e depois produzida em filme. Baseado em fatos reais, relata a relação entre um homem e um cachorro. Retrata a lealdade e o amor incondicional vivido na relação humano-animal.
Para o estudante de Engenharia Civil, Gustavo Boniatti, 18, a obra faz pensar mais nas pessoas, ter um afeto maior e dar importância aos amigos. “Atribui sentido a vida melhor, faz você refletir com mais cuidado sobre a vida” enfatiza.
Conta que inicialmente foi atraído pelo titulo do livro, que instigou a curiosidade. Além disso, chamou a atenção o fato de o livro ser considerado sucesso de vendas mundo afora. Também reforçaram a curiosidade a sinopse e comentários recebidos de outros leitores da obra, que a aprovavam e recomendavam.
Há ainda por parte do publico brasileiro receio nas obras estrangeiras, porém isso tem diminuído ao longo dos anos. Prova é de que livros como Crepúsculo e sua saga vem garantindo bons públicos nas livrarias. "Não importa ser estrangeira ou brasileira, o fator fundamental é aquele que te prende e o faz ler por completo" diz Gustavo.

Douglas Fernando Barros
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Um novo hábito


Para esta tarefa – ver o que as pessoas andam lendo e aprendendo com isso – quis falar com alguém que não fosse acadêmica ou formada. Busquei por respostas diferentes e opiniões que me fornecessem um conteúdo diferente.
Conversei com a auxiliar administrativa Lilian Fernandes da Silva, de 24 anos. Ao ser entrevistada, disse que nunca gostou realmente de ler, pois na época de colégio via-se obrigada a ler clássicos da literatura que não eram atrativos para uma leitura de lazer, devido ao estilo literário.
Mas um dia, a partir de uma indicação de uma colega, resolveu ler o livro “O Alquimista”, de Paulo Coelho. Ela conta que a partir daquele livro, que lhe ensinou muitas coisas inclusive a nunca desistir de seus objetivos, passou a ler muitos livros e a gostar de muitos autores, em especial Paulo Coelho.
Por ser uma fiel leitora, costuma ler geralmente um livro por mês, de acordo com seu tempo, agora como um “hobby” e não mais por obrigação, buscando livros instrutivos que lhe passem algum conteúdo.
Ultimamente leu o livro “O céu está caindo” do autor Sidney Sheldon, que indicou-me para ler, dizendo ser um livro que valeria a pena para mim, por ser uma história sobre a profissão de jornalista e os perigos que a mesma pode proporcionar a quem tentar ser um profissional de destaque.

Bruna Lays Bueno
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Um incentivo


Desde criança somos incentivados a ler. Algumas pessoas criam o hábito de ler, outras acabam lendo pouco ou nada. Mas uma coisa é certa: ao entrar nesse mundo da leitura nós agregamos algum conhecimento. Marcos Schmitz, 37 anos, é policial rodoviário, e diz que gosta muito de ler, embora diga que não tenha tempo disponível. Um livro que marcou sua vida foi "Quem mexeu no Meu Queijo" de Spencer Johnson. "Ao ler o livro pude modificar minha visão sobre as pessoas que querem se aproveitar de nós e das que realmente são nossas parceiras", explica Marcos.
Para Marlon Hartmann, 22 anos, um livro que marcou sua vida foi "A Ilha Perdida" de Marcos Rey. Ele conta que ao ler o livro começou a pensar duas vezes antes de se meter em uma aventura.
Para alguns uma vida, para outros um momento... As histórias dos livros podem mudar o pensamento, o jeito, uma vida. Cabe a cada um eleger as melhores histórias e aproveitá-las ao máximo pois ler é tudo de bom.

Anna Hilbert
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Código da Crítica


O Código da Vinci é um livro de Dan Brown publicado em 2004 que causou muita polêmica por atribuir uma imagem tirana e misteriosa à igreja católica que, no livro, não queria seu maior segredo revelado à sociedade: o Santo Graal.
Com uma história tão bem escrita a obra foi comprada por milhões de leitores no mundo, incluindo a dona de casa e padeira, com 36 anos: minha mãe, dona Deisi.
Ela começou a leitura já conhecendo a história, pois já havia visto o filme, mas ficou impressionada com os “fatos” apresentados por Brown da mesma maneira. Lia e me contava como se fosse a verdadeira revelação de um segredo vinda daquele livro. O romance causou tanto impacto em minha mãe que ela terminou a história e foi procurar por mais na internet.
Lendo artigos e mais artigos a respeito do livro e filme, ela foi percebendo os erros, enganos e fantasias acerca do enredo e os “fatos” que antes pareciam fazer total sentido sucumbiram a meros rumores e suposições da parte do autor.
Enfim, fiquei feliz por ela. Não por ter concluído mais uma leitura, mas sim, por ter despertado seu senso crítico e ter ido em busca da verdade por trás de uma história bem contada, ter descoberto o poder que as dúvidas nos dão de irmos na direção oposta ao que nos mostram e assim possamos perceber, por nós mesmos, a essência, o sentido e a influência que a princípio sofremos. E, melhor preparados, exercemos sobre as coisas.

Max Andreuw Odin
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Correndo com lobos


Para Débora Regina Pupo, dentre seus livros favoritos, ela destaca ‘Mulheres que correm com os lobos’ de Clarissa Pinkola Estés. Conta que o livro é um estudo de antigas histórias e contos de fadas reinterpretados segundo a psicologia de Jung, mais conhecida como Psicologia Analítica, que tenta ajudar as mulheres a redescobrirem seu verdadeiro eu.
Lendo este livro ela se deu conta de que foi negligente consigo mesma por muito tempo permitindo que outras forças roubassem o prazer de ser quem ela realmente é, de gostar do que gosta, de correr, de se defender. Este livro a ajudou a reencontrar uma parte da Débora Regina que estava escondida.
Depois desta leitura ela conta que sente como se tivesse redescoberto a tranqüilidade e a certeza de que precisa estar atenta a tudo que a desanima pois, segundo ela, são forças que tentam fazê-la desviar de seu verdadeiro sentido. Este livro serviu como uma força curativa e, com ele, ela pode identificar algumas forças negativas que estavam escondidas em sua mente, forças essas que ela nem imaginava que existiam.
“Não digo que agora sou perfeita”, conta Débora, mas pelo menos “depois dessa leitura fascinante”, aprendeu a enxergar suas necessidades e a dar mais atenção a elas, dar mais atenção a si mesma.
Agora me digam, com uma história dessas, quem é que não fica com vontade de ler?

Kamilla Rorato
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

“O inferno são outros”




"A leitura é para o intelecto o que o exercício é para o corpo"
Joseph Addison

Segundo Fanny Abramovich, é por meio de narrativas que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, de outra ética, outra ótica...
“Ler boa literatura é divertir-se, com certeza; mas também aprender. Dessa maneira direta e intensa que é a da experiência vivida através das obras de ficção, o que somos e como somos em nossa integridade humana, com os nossos atos, os nossos sonhos e os nossos fantasmas, a sós e na urdidura das relações que nos ligam aos outros, em nossa presença pública e no segredo de nossa consciência; essa soma extremamente complexa de verdades contraditórias - como as chamava Isaiah Berlin - de que é feita a condição humana.” (Mario Vargas Llosa)
É nesse sentido que Andressa Moraes, formada em Publicidade e Propaganda pela FAG, se entrega aos livros. Para ela, o livro “Entre Quatro Paredes”, de Jean Paul Sartre foi marcante. Além de ser um livro muito bem escrito, com uma narrativa que prende o leitor, é em forma de peça teatral, contando a história de que após morrerem, três indivíduos vão parar no inferno. Condenados a conviver, descobrem com o tempo que essa convivência forçada, com pessoas desconhecidas, se torna infernal. A grande lição que o livro transmite, segundo Andressa, é a que o inferno são os outros, pois a consciência não pode enfrentar outra consciência que a denuncia, criando uma grande reflexão sobre a vida e sobre as pessoas.

Pedro de Brito Sarolli
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Descobrindo através da leitura


Além do enriquecimento cultural, a leitura é extremamente importante para quem deseja escrever bem e desenvolver o vocabulário. Quando falamos em leitura, não nos referimos somente a literatura, mas sim ao ato geral de ler. Assim percebemos o quanto a leitura é um hábito saudável.
Colocado diante da proposta de descobrir o que as pessoas andam lendo e aprendendo a partir desse hábito, conversei com o cardiologista Amaury Cezar Jorge. Ele diz que sua grande descoberta recente se deu através da leitura do livro “Como Pensam os Médicos”, de Jerome Groopman. No livro, relata, obteve informações sobre o ego dos médicos em geral, que muitos se acham infalíveis e também sobre suas técnicas de tratamentos e relações com pacientes, que podem se mostrar superficiais. Neste caso, percebe-se que leitura foi utilizada para o enriquecimento de qualidades profissionais.
Normalmente, quando se fala de leitura, as pessoas tendem a associá-la ao consumo cultural de obras literárias, especialmente livros. Porém, a leitura promove enriquecimento mesmo quando se trata de outras formas mais simples de produtos, como jornais e revistas. Esses meios também podem muito bem trazerem temas culturais.

Ivan M. Jorge
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Uma curiosidade


Mas afinal de contas, o que as pessoas andam lendo? Mais do que isso, o que aprenderam ao entrar em contato com os livros? Na faculdade poderia ter falado com o colega ao lado, com o professor. Mas a oportunidade pintou e me vi de frente com o diretor da FAG, professor Sérgio de Angelis.
Perguntei qual a relação dele com o hábito de ler. “A leitura pra mim ainda é talvez a melhor fonte pra obtenção de informações e até mesmo para um aprimoramento da linguagem, da reflexão, do pensamento. Pra mim a leitura foi fundamental, pois o primeiro curso superior que eu fiz foi de Filosofia, onde a leitura era essencial. E como havia bastante exigência nesse sentido, eu tive oportunidade de ter contato com muitos autores, filósofos, economistas, teóricos da administração, até porque eu já tinha interesse nessa área também. E da mesma forma, acabei desenvolvendo o hábito da leitura, até mesmo para descontrair, descansar. Me habituei a fazer leitura de clássicos da literatura que também nos auxiliam muito no que diz respeito à organização do pensamento, a obter informações a respeito das coisas, e a formular uma visão própria do mundo também.”
Bem, sendo assim, quis saber quais livros ganharam destaque para o professor. “Eu me lembro que na época em que fazia curso de Filosofia tive um interesse especial pelos filósofos gregos e medievais. Um autor que eu li bastante e gostei muito foi Platão, porque adota um estilo bastante literário, com uma linguagem bastante acessível, fluente e de uma reflexão lógica. E isso acabou me conduzindo também alguns autores da idade média que se utilizavam do pensamento platônico que foi o caso de Santo Agostinho, e os filósofos do período patristico.”
Bem, já que o homem é diretor de uma faculdade, dizer o que então para os acadêmico sobre o hábito de ler? “É fundamental. Embora hoje, com as novas mídias, a internet tenha um apelo mais sedutor. Por que além da linguagem escrita, tem também os recursos visuais e isso torna a leitura até mais interessante. Mais a leitura da internet não tem aquele mesmo brilho do livro impresso. O livro impresso me encanta mais, porque estimula a fantasia, mexe com o pensamento, o que pela internet, talvez, não flua tanto.”

Allan Felipe de Macedo Machado
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

A busca pelo livro


Ler é desbravar novos caminhos. É embrenhar-se pelo desconhecido para torná-lo algo familiar. A leitura é a luz que guia o conhecimento. É encantar-se pela maneira que o outro escreve, inspirando-se. Essa última definição foi a que mais cativou a acadêmica de Jornalismo, Priscila Daiana Rabaiolli. Ela teve sua experiência mais bem sucedida com a leitura da obra “Senhora” de José de Alencar, a qual ela amou ter lido. “Ela me envolveu de uma forma que eu tinha interesse de ler o livro até o final, o quanto antes”, afirma Priscila. “O que mais me intrigava era se Aurélia e Fernando ficariam juntos”, completa a acadêmica.
O aprendizado adquirido por ela foi a forma com que José de Alencar escrevia, a descrição detalhada dos personagens e do ambiente. E não é somente esse romance de José de Alencar que Priscila gosta, mas também de “O Guarani” e “Lucíola”. Todos a agradam por envolverem aspectos da realidade. Para a vida, Priscila leva o conhecimento adquirido com o contato direto com a obra. “Eu busquei a obra, li na íntegra, não um resumo. Isso é bom porque aumenta a bagagem cultural. Ler as próprias palavras do autor, conhecer o estilo dele. Isso eu vou levar pra sempre”, conclui a estudante.

Tátila Pereira
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Além dos Horizontes


Um excelente passatempo, uma inquestionável doutora do conhecimento, um inquietante despertar para o desconhecido, enfim, um infinito horizonte a conhecer.
Aquele que conhece os segredos de um livro quer descobrir todas as faces de todos os escritores e suas histórias. Leitura é um vício. Sou viciada. E, como tal não poderia deixar de convidá-los, para provar dessa droga – que talvez seja a única solução para um mundo melhor – a partir desse pequeno texto.
Aprender a ler é o desafio que toda criança quer superar, enquanto que, querer ler é um grande problema. Pelo nível de conhecimento e repertório observado em grandes faculdades, fica evidente que a população em geral não tem em mente os benefícios de uma boa leitura. As crianças não têm o exemplo dentro de casa, vêem a família reunida em frente a TV e por que fariam diferente se é ali que vivem? É nesse sentido que a acadêmica de Jornalismo, Adriane Kappes, aponta a falta de incentivo existente nas escolas, e também nas famílias. “A prática da leitura proporciona amplitude em termos de conhecimento e vocabulário, porém vai muito além disso”, complementa Adriane.
A acadêmica conta que quando estava aprendendo a ler foi apresentada à coleção “Vagalume”, e o conjunto de personagens, contexto, e o próprio campo onde acontecia a história fez com que se interessasse em buscar mais livros. E, hoje, sabendo o quão bela é a literatura nacional aponta o “Dom Casmurro” de Machado de Assis como uma das melhores obras brasileiras. “Ela mexe com a imaginação, intriga tanto que dá vontade de ler novamente a obra só para tentar descobrir se Capitu traiu ou não o Bentinho. É a própria identidade da personagem que chama a atenção”, declara.

Jéssica Moreira
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

Depois dos livros...


"Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro." (Henry David Thoreau )

Certamente esta frase do poeta e filósofo Henry David Thoreau, encontra afirmativa entre tantos leitores por este mundo. O impacto da leitura na vida do ser humano é indiscutível.
Quantos leitores já “se flagraram” rindo ou chorando diante de um livro, ou até mesmo se identificando com a narração de um conto, uma poesia e até mesmo de uma ficção. Dizer que a leitura não nos leva a sonhar, imaginar, ter devaneios, é sinal de ausência de letras. A exclusão da leitura na nossa vida é estar alheio às interpretações, imaginações, é perder a possibilidade de vivenciar um mundo de sonhos e aprendizado da vida.
Livros, gibis, crônicas, jornais, poesias, enfim, são várias as possibilidades de cruzarmos com um fato novo, com ao menos uma palavra que mexa com a nossa alma, com a nossa visão da vida.
Nádia Carolina da Silva Otake, uma leitora assídua, afirma esta experiência: “Através da leitura de “A cabeça de Steve Jobs” (Leander Kahney) aprendi sobre excelência, que não posso fazer as coisas só porque as pessoas estão vendo, mas que excelência é o que está oculto. Steve Jobs acredita que um computador tem que ser tão bem feito por dentro quanto por fora. E que não importa o dinheiro, mas o que importa é ser um fator de mudança no mundo. Aprendi que não importa o tempo que eu leve para defender aquilo que acredito, contanto que isso traga mudanças marcantes e duradouras na sociedade ao meu redor”.
Ler e reler, verbos benvindos que atiçam nossos sentidos para criar, imaginar, interpretar e sonhar. Assim é a vida de quem valoriza e vive a leitura.

Simone Lima
2º período de Jornalismo/FAG Cascavel

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Porque escrever é uma profissão, como outra qualquer

Ao trabalhar disciplinas como Redação e Expressão Oral, Texto Literário em Comunicação, Jornalismo Especializado, Jornalismo Alternativo, sempre repeti aos meus alunos – com quem aprendo tanto – que quem pretende escrever precisa, antes de mais nada, aprender a ler. É preciso ler muito (e muito corretamente) para aprender a escrever. Para quem é do ramo, antes de ter a sensação de que está escrevendo muito, melhor seria ter a sensação de que anda lendo muito mais.
Escrever. Por profissão. E também por prazer. Tem muito de arte nisso, porque é um exercício individual, subjetivo; mas é também uma ciência, uma vez que há muito de técnica no processo, objetivo.

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Mas ao mesmo tempo, sempre quis trabalhar de uma forma paralela, complementar, em relação às chamadas disciplinas estruturantes dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Para além dos livros técnicos dos cursos – obras de autores como Dines, Chaparro, Marcondes, Medistch, Marques de Melo, Mattelart, Mafesoli, Sfez, Bourdier, Hall, Veronezzi, Santana, Carrascoza, Covaleski, Machado, Zenoni, Blessa, Cobra, Kotler, entre tantos outros – gostaria de trabalhar conteúdos não-específicos, obras não-técnicas que, para mim, são tão importantes quanto as outras.
Alunos de Comunicação seriam profissionais tanto melhores quanto mais lessem Euclides da Cunha, Machado de Assis, Graciliano Ramos, José Saramago, Dostoievski, Hermingway, Eco. Descobrir o mundo através dos olhos desses autores e de seus personagens é uma experiência única, que revela um outro mundo. Some-se a esses nomes uma infinidade de outros, inclusive de outros gêneros. É possível se divertir muito com as crônicas de Nelson Rodrigues, de Fernando Veríssimo, Rubem Braga.
Ou alguém tem dúvida de que é possível aprender um pouco com Fabiano e Sinhá Vitória (Vidas Secas, Graciliano Ramos), com Capitu, Bentinho, Escobar (Dom Casmurro, de Machado de Assis) Raskolnikov e Porfiry (Crime e Castigo, Fiodor Dostoiévski), com a mulher do médico e os nascidos cegos (Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago)? Essa lista seria sem fim, aliás...
Pois bem. É disso que quero falar nesse espaço. E bem com essa cara, uma espécie de conversa de botequim sobre livros, sobre literatura e suas interseções com a vida, com os indivíduos. Nada de academicismo. Nada de rigor. Apenas uma boa conversa. Bem no ritmo dos folhetins. Por isso, Livretim.

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E todos têm algo a dizer. O professor que é um estudante profissional. Aquele estudante que passa pelo curso e aquele que faz o curso. O jovem, o velho, a criança...todos podem falar sobre o livro, o conto, o artigo, a crônica, a reportagem, enfim, podem falar de suas experiências de leitura. E o melhor de tudo é que nisso não há certo ou errado. Um grande aprendizado coletivo.
Lendo, analisando obras e personagens, descobre-se um outro mundo, como a outra noite, a que se referiu Rubem Braga numa de suas crônicas que, de tão simples e rica, entusiasmam. Conta a conversa que teve com um amigo, em um táxi, quando voltava do aeroporto para casa. Vinha de São Paulo, numa noite feia, de muitas nuvens e chuvosa. Disse que acima das nuvens feiosas, havia uma outra noite, linda, enluarada, pura. Logo que o amigo, a quem dera carona, desceu, o motorista do táxi puxou conversa, querendo checar a história de a noite estar linda acima das nuvens naquela noite tão enlamaçada. O homem, feliz com a notícia, chegou a olhar da janela do carro para o céu escuro como se tentasse ver a noite linda. Ao final, agradeceu ao passageiro, como se tivesse recebido um presente de rei.É que, de repente, lendo, o leitor começa a alçar vôos cada vez mais altos...para que de lá de cima possa ver as noites sempre lindas, enluaradas, puras...Adquire um novo ponto de vista...ou um novo olhar...